Estou sempre em dois mundos todas as noites. Fecho o meu tempo num único ponto à procura de sinais. Os meus sentidos mergulham em sons silenciosos da memória.
Só para conseguir atravessar os meus pensamentos e esperar que não adormeça.
Danço descalço a tua dança.
Costumavas ter nos teus olhos chamas. Mostraste-me espíritos que nunca nasceram e, anjos com que nunca tinha sonhado.
Mas numa noite, quebraste com os teus medos e libertaste-te do teu próprio brilho.
Paraste a tua vida para encontrares a tua luz.
Uma vez disseste-me " Pensamentos são reais, mais do que as palavras, podes criar na tua mente todo um mundo novo". Apesar do teu sussurro me parecer a voz dos anjos, continuo à procura de ilusões nas tuas palavras. Implorei-te que voltasses atrás, e encontrei um sorriso na tua cara.
Mudaste-me e nem sabes o quanto.
Compreendi que construíste esse teu mundo que agora tens. Nunca diria uma palavra, nem daria sequer um sinal porque pensava que não querias ouvir. Agora que tudo está gasto, vais-me odiar..até tenho medo que tudo mude.
Em todo o lado vejo o teu sorriso. Diz-me que vieste para ficar.
Deixa para trás as regras que ditaste e pelas quais jogaste. Faz a tua viagem pelas estrelas, porque eu não consigo viver sem esse fogo nos teus olhos.
Vi-te a olhar para mim, com lágrimas nos olhos: "Perdoa-me". Não sei porquê, nem sei o que te dizer.
Espero que me cure desta doença que é sonhar.
Porque é que a tua luz é tão fria?

Sem comentários:
Enviar um comentário