Se tu soubesses o que me custa esta situação toda.
Nem vou estar aqui com meias palavras:
Se tu soubesses como esta merda toda me custa. Ter-te e passadas cinco horas ir tudo por água abaixo.
Pensar que és vazia, oca, e que provavelmente em termos de relações não tens nada na cabeça quanto mais no coração.
Como me custa andar controlado, quando só me apetece desfazer pessoas à pancada. Como abro a guarda nos treinos só para levar uns pontapés e uns socos a ver se a dor me ajuda.
Como ando cheio de dores fisicas e sentimentais. Que me doi o corpo porque o puxo aos limites do suportável. E que apesar de sair, me mostrar forte, brincar com a situação, fazer piadas se abro uma ferida não sangro: sai pó.
Ouvir um "Amo-te" da tua boca, sorrires para mim, beijares-me e essa ser a última imagem que tenho nossa.
Sabes o que isso custa?
Ter depositado tudo em ti, as esperanças os sonhos, pensar que eras diferente, que era obra do acaso, do destino. Termo-nos unido no mesmo espaço. Sabes a raiva que isso me dá? E a maior raiva que tenho é de mim, porque apesar de fazeres merda, atrás de merda, não me teres respeito e estares-te a cagar para mim (a pessoa que, supostamente, amavas, confiavas cegamente, te deixava louca, tinhas medo de perder) eu amar-te imenso e incondicionalmente?
Sentir que em vez de luz, ando completamente negro por dentro? Que aquele João que conheceste está a gelar por dentro aos poucos até não restar nenhum pingo de brilho nos olhos?
E a culpa é tua! Tens toda a culpa. Eu tinha-me encontrado antes de te conhecer. Conheceste-me na minha plenitude de confiança, atitude, felicidade comigo mesmo e conseguiste destruir ou tens vindo a conseguir destruir isso aos poucos. Parabéns! Vou ter de me encontrar outra vez. E nem sei se vou gostar daquilo que vou encontrar. Aposto que não. Que quando me encontrar vou estar naquele buraco negro em que estava no verão: um cabrão, uma pessoa fria que não se importava com quem estava e como estava.
E estupidamente ainda acredito que te posso salvar de ti mesma e tu me podes salvar de mim mesmo. Estúpido homem de pouca fé. Ando-te com uma raiva, com um nojo. De ti e dele. A ti só me apetece dizer-te tudo e mais alguma coisa. A ele, só me apetece desfazê-lo, desmontá-lo.
Mas não o vou fazer, ao menos que a porra do BJJ sirva para alguma coisa. Porque começo a ter medo de mim mesmo.
E também sei que, basta uma mensagem tua para eu ir a correr. E basta um "desculpa" teu, para que eu te desculpe.
Posso dar-te o que queres, não estou capaz de te dar o que mereces. Porque de mim não mereces nada. Mas não sei calar o que sinto, quem me dera ter uma borracha para apagar meses da minha vida. E apagaria sem pestanejar. Não sou assim, ninguém é. Não atingimos ainda esse patamar da evolução.
Sou burro, estúpido, ignorante, cavalo, camelo (e mais animais que queiram pôr) por ainda te amar. Bateste forte. Demasiado forte. Nunca tinha estado assim, tão em baixo. Porque eu pensava que valia de alguma coisa para ti. Para as outras estava à vista que não valia de nada. Mas para ti pela maneira como me olhavas, tratavas, pela tua necessidade de estares comigo achei que sim.
Devias ter-me amado quando menos merecia, porque era quando mais precisava de ti.
Agora que penso... Sempre mereci ser amado por ti. De ti mereço que me leves para fora da galáxia.
Tu mereces que eu te cave um buraco.
E é neste misto de emoções que vivo o dia a dia.
Só para que saibas. Se soubesses e sentisses metade do que tenho sentido durante estes dois meses... Quebravas, davas em louca...
Só prova o quão forte eu sou, e quanto o que sinto por ti (talvez) é real. Não vais conhecer mais ninguém assim como eu. Escusas de procurar. Sou único e partiram o molde. Podes arranjar uma cópia na loja do chinês mas uma certificada com ™ e © tatuados no corpo não encontras.
Ás vezes, mais vale investires numa coisa de marca e com qualidade do que em coisas de marcas brancas que te duram alguns meses e depois avariam, rasgam ou estragam. Mais vale reunires coragem e força e lutares por aquilo que tinhas. Devias ter lutado, devíamos ter ultrapassado as coisas juntos. Eu estava disposto a ajudar-te a não caíres. E agora, já viste a tua vida? Não tens quem te apoie, não tens amigos. Tu contra o Mundo. Achas que te aguentas? Ou que ele aguenta por ti? Ele nem aguenta com o ego dele, quanto mais com o Mundo. Nem cara tem para levar umas palmadas da vida, quanto mais dar o peito às balas por ti (e ficou provadissímo que não tem).
E eu cá vou, agarrado ao troféu de te ter encontrado, a tentar que ele não ganhe pó. Limpo-o todos os dias e ponho-o na vitrine. E especulo, sonho acordado com situações que nunca vão acontecer. Porque se acontecerem, fica aqui a promessa que me torno religioso. Já é demasiada experiência e quilómetros acumulados. Demasiado gasóleo gasto na auto-estrada das relações. Muito pneu queimado e amortecedores gastos. Principalmente amortecedores gastos.
Reza para que eu não quebre em termos de paciência e orgulho. Porque nesse dia, não há amigos que te salvem nem namorados para chorar no ombro. Nesse dia arraso-te sem levantar um dedo e sem dizer uma asneira. Não me pisem os calos. Fizeste mais que isso - espero que não chegue mesmo o dia.
Porque se tu soubesses... carregavas no botão de rewind e, davas valor.
Porque se tu soubesses... não tinhas largado a minha mão.
Porque se tu soubesses... ainda estavas comigo.
Sem comentários:
Enviar um comentário