Olho para ti e vejo todo o amor que esteve adormecido. À falta de melhor, olho para o chão e vejo que precisa de ser varrido, das beatas, copos partidos e palhinhas.
Olho para o mundo e vejo que ele continua a girar. Nem sei como é que alguém te conseguiu controlar. Com cada erro estamos, sem dúvida a aprender. Nem sei quando te desviaste, quando foste corrompida,. Nem sei quando te inverteste e ninguém te avisou.
Nem sei como é que ninguém te disse, como desdobraram o teu amor. Nem sei como te controlaram, te compraram e venderam.
Ela diz que me sinto preso e, já nem consigo dizer se estou a ir ou a vir. Não foi assim que quis... Tenho a chave para a porta mas ela não abre.
E sei que parte de mim diz "deixa ir", que a vida acontece por alguma razão. Não sei, porque nunca lutei tanto antes e faria tudo para me sentir melhor.
E faria de tudo para me sentir melhor... Diz-me o que fazer: sabes que não consigo ver nada com o labririnto que está à minha volta. Não encontro o meu caminho, preciso de uma mudança. E faria de tudo só para me sentir melhor.
Quando ela diz abraça-me, sinto-me um bocadinho fora de pé e tenho medo de me afogar. És a única que me conhece e sei que não ignoras que estou desfeito.
Tudo tem a sua razão e cada dia é igual ao anterior.
Como um presente abençoado, foi fácil de ver. Foi como um amor que me podia salvar de mim mesmo. Ela tinha fogo na alma e foi fácil de ver como que o diabo foi arrancado de mim. Havia batidas no ar quando começámos a dançar. E toda a gente que ali estava segurou o tempo com as mãos. Como uma peça de um puzzle que encaixa, podiam dizer como nos sentiamos pelas nossas caras. Faziamos circulos com a lua nos nossos olhos. A sala deixou de girar entre tu e eu. Esquecemo-nos de onde estávamos e perdemos a noção do tempo. E as vozes ressoavam como os anjos cantam...e dançámos noite fora.
Desde o momento em que te vi, andei como se tivesses pequenas asas nos pés. O meu estômago encheu-se de borboletas...e tudo bem. Saltitei de nuvem em nuvem, com a sensação de que nunca iria descer. E se eu dissesse que não gosto, saberias logo que estou a mentir.
Cada vez que tento falar contigo, sinto a lingua presa e tudo o que te quero dizer sai errado em vez de sair certo.
Quando é que esta febre acaba? Acho que já aguentei o que ninguém aguentou. Sou como um cachorrinho apaixonado, sempre à tua volta.
E começo a perceber que, talvez, isto nunca acabe. Porque de cada vez que entras eu penso "Aqui vamos nós outra vez..."
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