Estava a pensar sobre relações e, como isso se funde com as canções sobre relações e, enquanto tentava pensar cheguei à conclusão de como fazer as coisas resultar.
Quando conheces alguém, e descobres que esse alguém gosta de ti - primeiro que tudo - um amigo de um amigo dessa pessoa diz "Ela gosta mesmo de ti" e isso mata-te, atira-te para o chão. E tens de te apanhar pedaço por pedaço; depois consegues o número de telefone e ligas ou mandas mensagem certo? E dizes "Sim, é uma conversa realmente boa, podemos ir tomar café um dia destes?" e depois dizem-te isto "Sim, gostava muito...". E nada te faz sentir melhor do que aquele "Gostava muito". Então, saem durante uns tempos. estão sempre a trocar mensagens e tu largas a bomba, o que tu achas que é uma bomba: "Sabes que mais, tenho pensado imenso em ti". E ela começa "Ahhhhh!", e tu "O que se passa?" e ela responde "Desculpa, é que eu também tenho pensado em ti ". Pum! Disparado em direcção ao céu. Mas agora o "Gostava muito"...completamente acabado. Agora o que conta é "Tenho pensado em ti também".
E aí, passado uns tempos, quanto te sentires confortável para o dizeres: "Tenho que te dizer algo", "O quê?"..."Estou apaixonado por ti". E nada no mundo soa melhor do que "Estou apaixonado por ti". E talvez ela comece a chorar, ou fique sem ar... E de repente pensas "Já está...". Mas agora o que é que não resulta? "Gostava muito" e "Tenho pensado em ti também". Agora estamos na fase do "Estou apaixonado por ti".
E talvez um dia se consiga avançar para o "Amo-te".
Fast forward, agora estás na fase "Amo-te tanto; amo-te mais que tudo na vida". Agora "Amo-te" não resulta.
É um limiar que está sempre a avançar.
Fast forward outra vez, seis dias, seis semanas, seis meses dependendo do caso. Agora é " Quero casar contigo; só quero enviar-te todo o meu amor; as palavras não resultam mais". E depois dizes esta frase, toda a gente a diz: " Quem me dera que pusessem uma palavra no dicionário maior que amor, porque amor já não descreve o que sinto". E é aqui que ela começa a perguntar " Amas-me?" e respondes "Claro que te amo".
"Então diz!". E voltamos ao mesmo: Dizes duas, três vezes.
E é aqui que atravessamos um ponto realmente interessante quando tudo começa a ser "Odeio-te!". "Oh meu deus, ela odeia-me". Agora é "Odeio-te mais que tudo!" e o clássico "Acabou", "Não acabou nada", até que te fartas e "Sim, acabou mesmo".
E agora as palavras já não resultam e ficas sem nada. Dás socos debaixo de água. Estás acabado.
E sabes qual é a moral da história, se é que há uma? Nunca, mas nunca, nunca, nunca subestimes o poder de "Gostava muito".
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