sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Simpatias

Tu e eu temos qualquer coisa. E é tudo e, de repente, não é nada para mim.
E tenho as minhas defesas consoante as tuas intenções. Agora, acordamos com as coisas que nunca sonhámos que poderíamos ser.
Não fui eu que te quebrei, não é de mim que deves ter medo. Pensava que te tinha perdido nalgum lado, mas nunca estiveste (sequer) lá.
Sinto-te a cair, e tudo o que quero ser é tudo para ti. Mas o agora foi embora.
E mais estranho que a tua simpatia - esta é a minha desculpa - é eu ter-me morto de dentro para fora. E todos os meus medos te terem conseguido afastar. E tenho medo mas, não estou a rastejar de joelhos.
Está tudo mal, onde é que raio eu pensava que estava?
E mais estranho que a tua simpatia, tira-me isto tudo para que eu não sinta. Estou-me a matar de dentro para fora e tenho a cabeça cheia de dúvidas. E tu não consegues ver que o que sonhaste não se está a tornar realidade. Diz-me, é fácil esquecer enquanto te engasgas nos arrependimentos?
E mais estranho que a tua simpatia, são todas estas coisas que roubaste de mim. E agora nem sei bem aonde pertenço.

E ainda estou apaixonado com as coisas que só achava que tinha.
E não serei eu a ajoelhar-me perante os sonhos que quis.
E toda a escuridão e todas as mentiras eram só coisas disfarçadas de mim.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Tormentas

Quando o amor é verdadeiro, nunca se apaga. Ninguém tem interruptores de on/off no coração e nem conseguimos enfiar a mão no peito e arrancar aquele chip que nos faz sentir assim/assado/frito/cozido.

Era bom? Era... mas é impossível.
Estou a falar de amor a sério, não de paixões ou ilusões. 
A paixão, deixa-te nas nuvens, é bonita e os sintomas são quase idênticos aos do amor: sentes-te nervoso, tremes todo, até podes suar nalguns casos. Mas com a paixão, não estás disposto a dar o salto por aquela pessoa. O teu pensamento é "sou como sou, quem gosta muito bem! quem não gosta come menos" - ou algo do género. Ok, é um bom pensamento. Temos que nos manter minimamente fieis ao que somos. Contudo, com a paixão não estamos dispostos a ver as nossas falhas, nem a melhorá-las. Podemos tapá-las durante uns tempos com umas roupas bonitas mas, passado um tempo, só nos apetece rasgar essa roupa, dar dois berros e voltar ao mesmo. E é o que acontece. Já aconteceu comigo e já vi acontecer à minha frente. Paixão é "tesão de mijo".

Agora, o amor. Pelo amor estás disposto a realmente reflectir sobre as tuas atitudes e defeitos. Tentar realmente melhorar e dar o tão famoso salto. Amor e amar é um sacrificio. É um sacrificio, mas é em nome de algo maior que nós e quando o estamos a fazer nem notamos isso. Chama-se crescer. 
Há subtis diferenças entre paixão e amor. Com a paixão, quando vês o objecto dessa tua paixão talvez olhes, consigas sorrir e pronto já está. Ou talvez, cruzes o olhar duas, três vezes no máximo. E é tudo.
Com o amor isso é diferente. Quando vês quem amas, tudo o resto à tua volta desaparece e enquanto co-habitam o mesmo espaço está sempre inerente aquela presença, esteja ela a cinco ou a cinquenta metros de ti. Olhas durante horas se for preciso. Sentes não os batimentos cardíacos mas murros no peito.
E apesar de te custar, continuas a olhar, a fazer este jogo masoquista. Como se tentasses decorar e absorver cada pormenor de quem amas. Como se a visses pela primeira vez. E quando os olhares se cruzam o ar fica mais pesado, cheira a chuva e trovoada. O som fica um eco muito longínquo. E o tempo abranda.

Há alturas na vida, alturas muito raras e que acontecem ainda a um grupo ainda mais raro de pessoas em que, antes de saberes sequer o nome ou se fala a tua língua ( já faltava um bocadinho de globalização neste blog) com um simples olhar tudo se transforma. Eu sei, insisto sempre neste capítulo. Estou fascinado com este fenómeno... Só tinha lido livros, visto meia dúzia de filmes e ouvido três, quatro canções sobre o tema. Não sabia que o ia viver. Aqueles dias em que te levantas e é tudo igual (pensas tu). E em dez segundos, vês que te enganaste e que se calhar não sabes é nada sobre o tema.

Paixões são como marés, vão e vêm conforme fases lunares.
O amor é sinal que estamos vivos.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Fases

Estava a pensar sobre relações e, como isso se funde com as canções sobre relações e, enquanto tentava pensar cheguei à conclusão de como fazer as coisas resultar.

Quando conheces alguém, e descobres que esse alguém gosta de ti - primeiro que tudo - um amigo de um amigo dessa pessoa diz "Ela gosta mesmo de ti" e isso mata-te, atira-te para o chão. E tens de te apanhar pedaço por pedaço; depois consegues o número de telefone e ligas ou mandas mensagem certo? E dizes  "Sim, é uma conversa realmente boa, podemos ir tomar café um dia destes?" e depois dizem-te isto "Sim, gostava muito...". E nada te faz sentir melhor do que aquele "Gostava muito". Então, saem durante uns tempos. estão sempre a trocar mensagens e tu largas a bomba, o que tu achas que é uma bomba: "Sabes que mais, tenho pensado imenso em ti". E ela começa "Ahhhhh!", e tu "O que se passa?" e ela responde "Desculpa, é que eu também tenho pensado em ti ". Pum! Disparado em direcção ao céu. Mas agora o "Gostava muito"...completamente acabado. Agora o que conta é "Tenho pensado em ti também".

E aí, passado uns tempos, quanto te sentires confortável para o dizeres: "Tenho que te dizer algo", "O quê?"..."Estou apaixonado por ti". E nada no mundo soa melhor do que "Estou apaixonado por ti". E talvez ela comece a chorar, ou fique sem ar... E de repente pensas "Já está...". Mas agora o que é que não resulta? "Gostava muito" e "Tenho pensado em ti também". Agora estamos na fase do "Estou apaixonado por ti".

E talvez um dia se consiga avançar para o "Amo-te".
Fast forward, agora estás na fase "Amo-te tanto; amo-te mais que tudo na vida". Agora "Amo-te" não resulta.

É um limiar que está sempre a avançar. 

Fast forward outra vez, seis dias, seis semanas, seis meses dependendo do caso. Agora é " Quero casar contigo; só quero enviar-te todo o meu amor; as palavras não resultam mais". E depois dizes esta frase, toda a gente a diz: " Quem me dera que pusessem uma palavra no dicionário maior que amor, porque amor já não descreve o que sinto". E é aqui que ela começa a perguntar " Amas-me?" e respondes "Claro que te amo".
"Então diz!". E voltamos ao mesmo: Dizes duas, três vezes.
E é aqui que atravessamos um ponto realmente interessante quando tudo começa a ser "Odeio-te!". "Oh meu deus, ela odeia-me". Agora é "Odeio-te mais que tudo!" e o clássico "Acabou", "Não acabou nada", até que te fartas e "Sim, acabou mesmo".
E agora as palavras já não resultam e ficas sem nada. Dás socos debaixo de água. Estás acabado.

E sabes qual é a moral da história, se é que há uma? Nunca, mas nunca, nunca, nunca subestimes o poder de "Gostava muito".


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Lápis de Cor


A vida é como uma caixa de lápis. A maior parte das pessoas são caixas de oito cores, mas o que tu queres mesmo são aquelas caixas de sessenta e quatro cores com afia-lápis. Gosto de pensar que sou uma caixa de sessenta e quatro cores, apesar de me faltarem alguns lápis. É porreiro, porque sempre tenho cores mais vibrantes como pervinca à minha disposição. Tenho é um problema: só consigo conhecer caixas de oito lápis. Mais alguém tem esse problema? Há tantos tipos diferentes de cor na vida, de sentimentos, de articulações e hipóteses. Então quando conheço algúem que é do tipo caixa de oito lápis... É do género "Então! Magenta!" e ela responde "Ah sim! Queres dizer roxo?" e continua a fazer a sua coisa roxa e eu fico "Não! Eu disse magenta!".
Há dias em que gostava de ser o tempo assim, volta e meia trazias-me à conversa. E quando chovesse eu seria o assunto do dia.
E mesmo quando achares que a chama morreu, vai haver pelo menos uma música que vai acertar naquele último sitio quente e aí, vais-te encontrar completamente lixado. 
Tal como no dia em que mentiste e disseste que nunca mais a querias ver. 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

T-shirt Laranja

Uma vez li contigo "Não me arrependo dos momentos que tivemos apenas da maneira de como aprendi a lição".

Infelizmente e, a contra-gosto, faço das palavras dele as minhas.
Copy + Paste. Sem tirar nem pôr.
Não me arrependo nada e de nada do que tivemos.
Tenho pena de, se calhar, não te ter dado, mostrado ou aproveitado mais.
Talvez te devesse ter posto a anilha no dedo quando pediste, talvez devesse ter tido mais paciência quando me abraçavas e entravas em modo "chatinho". Devia ter-te mostrado mais de mim. E aproveitado mais as horas quando estava contigo.
É o erro de acharmos que somos eternos.
De não ter tido mais atitude quando vi e comecei a sentir as coisas a apertar. Isso ninguém me tira da cabeça.

E agora aprendo a lição da maneira mais dura. Acompanho a tua vida de longe, através de fotos em que já não sou eu a sombra ao teu lado.
Sou como um anjo caído e esquecido.

E no fim, o que tenho eu para mostrar de tudo o que sinto e de tudo o que sonhei ter contigo?
Cinco fotos e uma t-shirt laranja.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Uncle John

É domingo à noite, uma noite que nunca deve ser confiada aos sentimentos. Muita gente vai para casa e, ou recebe mensagens a meio da noite ou começa a redigir mensagens que não correspondem com o que sentem realmente durante o resto do dia ou da semana. E aí apercebem-se , e se não te apercebes vai haver alguém que se vai aperceber por ti.
E os teus amigos, o teu cérebro, a tua moral e consciência treinaram-te para não responderes.
Vou contra isso e vou sugerir que da próxima vez que recebas uma mensagem da pessoa que amas, a única pessoa no mundo que amas e com a qual não podes falar, que respondas. E responde quando te perguntam se estás acordado. E se estiveres responde "Sim, passa aqui".
Porque a vida é demasiado curta para continuarmos a jogar este jogo.
Porque se realmente queres alguém, mais tarde ou mais cedo apercebeste.  Se não, vais estar deitado na cama com o telémovel em cima do peito, sem nada para fazer à espera que ele vibre.
Se amas alguém...Se amas alguém, não digas nada, simplesmente aparece.
Deixa-me chorar por ti, deixa-me pensar que és alguém diferente...
Se amas alguém....

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Limites do desejo

Jovem e cansado de fugir. E diz-me: onde é que isso me levou? A um grande 8 ou a um pequeno infinito?
O amor não é nada mais do que um sonho que me mantém acordado. Por mais que eu tente, acabamos sempre por morrer. Como é possível?

Tão jovem e cansado de fugir. Até ao limite do desejo, sustenho a minha respiração e silenciosamente grito "Preciso de ti agora!". Inquieto e cansado.
Acho que vou dormir em cima da minha roupa espalhada pelo chão. Espero que este "colchão" rode sobre si mesmo e, talvez ache que estou a dormir contigo.

Não digas nada. Apenas vem ter comigo e deita-te aqui. Porque estou prestes a pegar fogo a tudo o que vejo.
Quero-te tanto que voltava com as minhas palavras atrás.
Pronto, admito, tenho medo que te esqueças de mim.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A.Ralph

"Parece que chegámos mesmo ao fim da linha. Pois eu digo "vem" e tu dizes "ai". Peço-te para ficar e tu dizes "bye bye". Mas como deixas tu fazerem-te a cabeça?
Estava tudo bem entre nós os dois mas, agora decides deixar-me a sós. Argumentando que o teu amor já não sou eu e, que existe um outro algúem muito melhor do que eu para ti.
Mas eu conheço-te bem. Caíste numa ilusão que confudes com paixão, confundes com amor. Eu espero bem que seja só a minha imaginação porque está à vista que ele não te vai tratar bem.

Devias ter um pouco mais de auto-dominio. Não te deixares levar por um blablabla. Tão pouco o conheces e já dizes que o amas. Não vês que ele não te leva a sério, só te quer usar e só vai magoar o teu coração?
E agora tu decides que te queres ir embora. Desta vez sou eu quem chora. Pois tu dizes que não queres mais, dizes que já não me amas mais...

E eu prometo que tu te vais lembrar de mim. Quando deres conta que o amor que ele te dá não vale nada. E eu? Vou sentir pena de ti. Mas és tu que queres assim: preferes ser usada do que amada."

Anselmo Ralph - Te vais lembrar de mim

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Here we go again

Olho para ti e vejo todo o amor que esteve adormecido. À falta de melhor, olho para o chão e vejo que precisa de ser varrido, das beatas, copos partidos e palhinhas.
Olho para o mundo e vejo que ele continua a girar. Nem sei como é que alguém te conseguiu controlar. Com cada erro estamos, sem dúvida a aprender. Nem sei quando te desviaste, quando foste corrompida,. Nem sei quando te inverteste e ninguém te avisou.
Nem sei como é que ninguém te disse, como desdobraram o teu amor. Nem sei como te controlaram, te compraram e venderam.

Ela diz que me sinto preso e, já nem consigo dizer se estou a ir ou a vir. Não foi assim que quis... Tenho a chave para a porta mas ela não abre.
E sei que parte de mim diz "deixa ir", que a vida acontece por alguma razão. Não sei, porque nunca lutei tanto antes e faria tudo para me sentir melhor.
E faria de tudo para me sentir melhor... Diz-me o que fazer: sabes que não consigo ver nada com o labririnto que está à minha volta. Não encontro o meu caminho, preciso de uma mudança. E faria de tudo só para me sentir melhor.
Quando ela diz abraça-me, sinto-me um bocadinho fora de pé e tenho medo de me afogar. És a única que me conhece e sei que não ignoras que estou desfeito.
Tudo tem a sua razão e cada dia é igual ao anterior.

Como um presente abençoado, foi fácil de ver. Foi como um amor que me podia salvar de mim mesmo. Ela tinha fogo na alma e foi fácil de ver como que o diabo foi arrancado de mim. Havia batidas no ar quando começámos a dançar. E toda a gente que ali estava segurou o tempo com as mãos. Como uma peça de um puzzle que encaixa, podiam dizer como nos sentiamos pelas nossas caras. Faziamos circulos com a lua nos nossos olhos. A sala deixou de girar entre tu e eu. Esquecemo-nos de onde estávamos e perdemos a noção do tempo. E as vozes ressoavam como os anjos cantam...e dançámos noite fora.

Desde o momento em que te vi, andei como se tivesses pequenas asas nos pés. O meu estômago encheu-se de borboletas...e tudo bem. Saltitei de nuvem em nuvem, com a sensação de que nunca iria descer. E se eu dissesse que não gosto, saberias logo que estou a mentir.
Cada vez que tento falar contigo, sinto a lingua presa e tudo o que te quero dizer sai errado em vez de sair certo.
Quando é que esta febre acaba? Acho que já aguentei o que ninguém aguentou. Sou como um cachorrinho apaixonado, sempre à tua volta.
E começo a perceber que, talvez, isto nunca acabe. Porque de cada vez que entras eu penso "Aqui vamos nós outra vez..."


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Porque...

Se tu soubesses o que me custa esta situação toda.
Nem vou estar aqui com meias palavras:

Se tu soubesses como esta merda toda me custa. Ter-te e passadas cinco horas ir tudo por água abaixo.
Pensar que és vazia, oca, e que provavelmente em termos de relações não tens nada na cabeça quanto mais no coração.

Como me custa andar controlado, quando só me apetece desfazer pessoas à pancada. Como abro a guarda nos treinos só para levar uns pontapés e uns socos a ver se a dor me ajuda.
Como ando cheio de dores fisicas e sentimentais. Que me doi o corpo porque o puxo aos limites do suportável. E que apesar de sair, me mostrar forte, brincar com a situação, fazer piadas se abro uma ferida não sangro: sai pó.

Ouvir um "Amo-te" da tua boca, sorrires para mim, beijares-me e essa ser a última imagem que tenho nossa.
Sabes o que isso custa?
Ter depositado tudo em ti, as esperanças os sonhos, pensar que eras diferente, que era obra do acaso, do destino. Termo-nos unido no mesmo espaço. Sabes a raiva que isso me dá? E a maior raiva que tenho é de mim, porque apesar de fazeres merda, atrás de merda, não me teres respeito e estares-te a cagar para mim (a pessoa que, supostamente, amavas, confiavas cegamente, te deixava louca, tinhas medo de perder) eu amar-te imenso e incondicionalmente?

Sentir que em vez de luz, ando completamente negro por dentro? Que aquele João que conheceste está a gelar por dentro aos poucos até não restar nenhum pingo de brilho nos olhos?
E a culpa é tua! Tens toda a culpa. Eu tinha-me encontrado antes de te conhecer. Conheceste-me na minha plenitude de confiança, atitude, felicidade comigo mesmo e conseguiste destruir ou tens vindo a conseguir destruir isso aos poucos. Parabéns! Vou ter de me encontrar outra vez. E nem sei se vou gostar daquilo que vou encontrar. Aposto que não. Que quando me encontrar vou estar naquele buraco negro em que estava no verão: um cabrão, uma pessoa fria que não se importava com quem estava e como estava.

E estupidamente ainda acredito que te posso salvar de ti mesma e tu me podes salvar de mim mesmo. Estúpido homem de pouca fé. Ando-te com uma raiva, com um nojo. De ti e dele. A ti só me apetece dizer-te tudo e mais alguma coisa. A ele, só me apetece desfazê-lo, desmontá-lo. 
Mas não o vou fazer, ao menos que a porra do BJJ sirva para alguma coisa. Porque começo a ter medo de mim mesmo.

E também sei que, basta uma mensagem tua para eu ir a correr. E basta um "desculpa" teu, para que eu te desculpe.
Posso dar-te o que queres, não estou capaz de te dar o que mereces. Porque de mim não mereces nada. Mas não sei calar o que sinto, quem me dera ter uma borracha para apagar meses da minha vida. E apagaria sem pestanejar. Não sou assim, ninguém é. Não atingimos ainda esse patamar da evolução.

Sou burro, estúpido, ignorante, cavalo, camelo (e mais animais que queiram pôr) por ainda te amar. Bateste forte. Demasiado forte. Nunca tinha estado assim, tão em baixo. Porque eu pensava que valia de alguma coisa para ti. Para as outras estava à vista que não valia de nada. Mas para ti pela maneira como me olhavas, tratavas, pela tua necessidade de estares comigo achei que sim.

Devias ter-me amado quando menos merecia, porque era quando mais precisava de ti. 
Agora que penso... Sempre mereci ser amado por ti. De ti mereço que me leves para fora da galáxia.
Tu mereces que eu te cave um buraco.

E é neste misto de emoções que vivo o dia a dia.
Só para que saibas. Se soubesses e sentisses metade do que tenho sentido durante estes dois meses... Quebravas, davas em louca...

Só prova o quão forte eu sou, e quanto o que sinto por ti (talvez) é real. Não vais conhecer mais ninguém assim como eu. Escusas de procurar. Sou único e partiram o molde. Podes arranjar uma cópia na loja do chinês mas uma certificada com ™ e © tatuados no corpo não encontras.

Ás vezes, mais vale investires numa coisa de marca e com qualidade do que em coisas de marcas brancas que te duram alguns meses e depois avariam, rasgam ou estragam. Mais vale reunires coragem e força e lutares por aquilo que tinhas. Devias ter lutado, devíamos ter ultrapassado as coisas juntos. Eu estava disposto a ajudar-te a não caíres. E agora, já viste a tua vida? Não tens quem te apoie, não tens amigos. Tu contra o Mundo. Achas que te aguentas? Ou que ele aguenta por ti? Ele nem aguenta com o ego dele, quanto mais com o Mundo. Nem cara tem para levar umas palmadas da vida, quanto mais dar o peito às balas por ti (e ficou provadissímo que não tem).

E eu cá vou, agarrado ao troféu de te ter encontrado, a tentar que ele não ganhe pó. Limpo-o todos os dias e ponho-o na vitrine. E especulo, sonho acordado com situações que nunca vão acontecer. Porque se acontecerem, fica aqui a promessa que me torno religioso. Já é demasiada experiência e quilómetros acumulados. Demasiado gasóleo gasto na auto-estrada das relações. Muito pneu queimado e amortecedores gastos. Principalmente amortecedores gastos.

Reza para que eu não quebre em termos de paciência e orgulho. Porque nesse dia, não há amigos que te salvem nem namorados para chorar no ombro. Nesse dia arraso-te sem levantar um dedo e sem dizer uma asneira. Não me pisem os calos. Fizeste mais que isso - espero que não chegue mesmo o dia.


Porque se tu soubesses... carregavas no botão de rewind e, davas valor.
Porque se tu soubesses... não tinhas largado a minha mão.
Porque se tu soubesses... ainda estavas comigo.



terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Grito de revolta

Há palavras que deviam ser abolidas do Dicionário da Lingua Portuguesa.

"Respeito", "Juízo","Confiança", "Crença", "Amor" (e todos os seus derivados), "Orgulho", "Ego", "Paciência", "Perdão", "Desculpa".

Para quê termos estas palavras se, quando as usamos, nunca sabemos verdadeiramente o seu significado?
Mais vale estarmos quietos e, sobretudo, calados. Estou deveras cansado já. De tanta hipocrisia, mentira, subversão de factos, indiferença, desprezo e falta de respeito.
Estou enjoado de ser o bonzinho, o Sr. "Faz tudo bem", o bananinha e quem sai sempre de rastos das situações.
Que usem e abusem de mim, que façam de mim o que querem, durante o tempo que querem.

Tenho direito ao meu grito de revolta. Estou farto de ver tudo podre à minha volta. Tudo no facebookzinho a gerir vidas para inglês ver. Tudo no Twitter, a ter tiradas filosóficas. 
Devia abrir um curso superior em Gestão da Vida nas Redes Sociais. Eu prefiro viver a minha com o vento a bater-me na cara e a sentir a chuva. Também faço, também sei fazer acontecer e não espelho tudo na Internet.
As redes sociais vieram envenenar as relações. Quer de amizade, quer de amor. É a foto, é o post. É o evento, é a vida no Candy Crush que não foi enviada. E depois é o ciúme, a relação que foi por água abaixo porque houve alguém que pôs um gosto na foto e o invariável: "quem é aquela gaja?".
É a inveja porque a música para a BFF (Best Friend Forever) foi posta e eu não fui identificado.
É ficarem ofendidas porque algúem comentou algo sobre o vosso peito: se não querem que comentem, tirem a porcaria das fotos da Internet ou, (txaran!) tapem-se minimamente!

Saiam de casa, vão sair, convivam, larguem a porcaria dos telemóveis enquanto estão lá fora. O mundo não pára de girar se se esquecerem que têm uma porcaria touch que vibra e recebe mensagens, durante cinco horas.

Deixem-se de mete-nojos. Principalmente tu, vê se aprendes qualquer coisinha. E não andes a "vender" o que tens por três tostões a putanheiros.

E agora que eu estou mais eu, saiam da frente por favor. Se não querem ser atropelados.

Porque agora...Agora acabou-se a brincadeira.

Como hão-de ver mais para a frente..."Para aturar putos...Pagam-me!"

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ironias

Ela é terrível, mas vale a pena.

As pessoas iludem-se ao pensar que o amor é perfeito, mas o que torna o amor perfeito é a sua imperfeição. Alguns dizem que é sorte. Outros que é coisa do destino. Eu prefiro dizer que é calma. Porque, quando ela chegou foi isso que trouxe de volta: paz. Que destino ou sorte nenhuma seria capaz de explicar. De entregar.
E foi assim, da primeira vez que te vi, achei-te especial. Mas o tempo passou e, tive a certeza.  É estranho ver todos os meus desejos numa pessoa só. E eu sou um pouco mais estranho do que ser estranho permite.

E dá-me vontade de tirar mais tempo, dá-me vontade de levar esta história até ao fim. Porque quando o destino precisa de ser cumprido, ele não o pode fazer sozinho.
E se eu puder fazer por ti o que ninguém fez por mim, eu faço.

O primeiro a pedir desculpa é o mais corajoso, o primeiro a perdoar é o mais forte. E o primeiro a esquecer é o mais feliz.
Quantas pessoas te fazem sentir raro, puro e especial?
Quantas pessoas te fazem sentir extraordinário?

E, no meio de tanta gente, encontrámo-nos. No meio de tanta gente chata e sem graça nenhuma, tu vieste.
Se as nossas linhas não fossem tão tortas, nunca se teriam cruzado.
Apesar de tudo ainda és a primeira coisa que me vem à cabeça quando me dizem: Pede um desejo.

Da próxima fico quieto. Paixão é para ser discreta, calada e centrada. Se a começo a espalhar aos setes ventos...Ciao.

E a ironia da dor é que queremos sempre ser consolados por quem nos magoou.


domingo, 16 de fevereiro de 2014

#41

Anda ver, eu juro que estou a jogar contra o tempo e contra os meus problemas. Estou a ir devagar mas, a acelerar.

Queres dançar? E enquanto estou nisto, a luta contra o tempo é ganha.  A única dificuldade é chegar aqui.
Vou por este caminho à procura da saída. Não te digo para ficares.

Simplesmente estou a ficar muito mais eu.

E de repente, todos os fantasmas vêm de uma vez. A depender de ti. E se eles caem?
Lembraste quando eu costumava brincar com toda a solidão em que ninguém reparava?
Peço-te devagar, agora que estou a chegar, apenas para esperar.

Eu queria ficar, eu queria brincar mais um pouco. Eu queria amar-te. Só cheguei tão longe porque o amanhã vai à frente.

Por favor, eu não vou deixar isto passar e não tiro mais do que preciso.

Porque é que não ficas contente? Tudo se funde com ilusão. E eu chego, só para rezar por ti.

Porque é que não foges para o meio da chuva e deixas as lágrimas molharem-te?

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Contabilidade

É um momento de reflexão pessoal.

Pesar os prós e contras. Tenho um grande defeito em mim: primeiro que me apaixone é preciso que me cativem e mostrem algo mais; mas quando me apaixono, é a sério. Não guardo o que sinto em qualquer sarjeta que encontro na rua. Ainda por cima, estão sempre entupidas e é um nojo.

Prefiro guardá-lo em algúem. Sempre é mais seguro, até contra assaltos porque não é um objecto em si que se possa subtrair. É algo muito melhor que qualquer objecto, melhor que um Iphone 5, as chaves de um Ferrari ou de uma vivenda na Quinta da Marinha.

Ao longo dos anos, vou aprimorando o que tenho em função do que vivo, do que passa por mim e deixa marcas. Já entreguei o que não devia a quem não devia. E o que devia a quem não merecia. E nada dei a quem merecia. Aprendizagens. E, infelizmente, como tenho este defeito lá ficou durante uns tempos. Apesar de tudo, recuperei. É como carregar a bateria de um telemóvel, quando chega a 100% está mais que pronto a utilizar, com todas as aplicações, Wi-Fi ligado, rede no máximo. E só assim é que entrego o que sinto.

E voltei a entregar. Entreguei-te a ti o que sentia. E ainda aí está. Infelizmente ou felizmente não sei ainda. 
Só o tempo o dirá. Fiz as minhas apostas, mexi as minhas fichas. A roleta está a girar e a bola vai ser solta.
Apostei no número em que ninguém aposta: no treze.

E agora?

Agora, este coração fechou para balanço.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dia banal

O telemóvel toca. "Porra acordei!"

Mensagem:"Oi tudo bem? Achas que dá para nos encontrarmos para falarmos?".

Já nem durmo bem, foi como levar um soco no peito.
Um nervoso miudinho percorre-me o peito. Mil e um cenários passam-me pela cabeça. Só há um que é concreto: vou finalmente falar com ela, passadas tantas semanas.
Adormeço de novo, sempre a pensar no que virá.

Acordo, levanto-me com qualquer coisa a moer-me atrás da cabeça: é verdade a mensagem.
Respondo:" Oi. Tudo e contigo? Sim claro que dá. Quando é que te dá jeito?".

Tomo banho, como qualquer coisa. Visto-me. Acabo de sair de casa em direcção ao carro:
Mensagem: "Também. Hoje achas que dá?".
Chiça, não estava à espera que fosse para tão breve: "Sim, quando sair do trabalho passo aí. Tipo, 18:30h".

Ligo o carro, sempre de olho no telemóvel. Estaciono. Phones nos ouvidos, acendo um cigarro e vou para a estação como já é hábito. Apanho o comboio das 8:30 para o Oriente.

Mensagem:"Ok tudo bem.Combinado".

Tão simples, três quatro mensagens bastaram para finalmente se conseguir chegar a um ponto de entendimento: precisamos ambos de uma conversa que já vem adiada desde à que tempo.

A paisagem corre rápida, à velocidade do comboio. Entra e sai gente, nem reparo quem, como estão, com quem estão. Mais mil e um cenários me passam pela mente. Mas sacudo o pensamento: o que terá de ser, será.

O dia passa-se igual a tantos outros: telefonemas, emails sem fim, reuniões. Um stress.

Finalmente saio. Apanho de novo o comboio, desta vez com outro objectivo - resolver-me e resolver esta questão de uma vez por todas. "Estou a sair agora de Lisboa, quando estiver a chegar aí aviso-te".

Mensagem:"Ok".

Contagem decrescente. Começo a suar das mãos. O controlo que ganhei durante semanas através de introspecção, muitas horas sozinho e muita ajuda do treino, esvaí-se em segundos.
Ligo o carro. 
IC19...Saída...
"Estou a chegar..."

Estaciono, no lugar do costume. "Já cá estou. Podes descer".

Acendo (outro) cigarro. Vens na minha direcção. Os mesmos olhos, um brilho diferente mas mesmo assim familiar. Sorriso leve. Olho para ti e sorrio também. Cumprimentamo-nos.

-" Então, diz...que tens para me dizer?"
-" Nem sei por onde começar... Desculpa..."
-"Não, não quero desculpas...Não quero justificações... Quero só que me digas como te sentes e o que me queres dizer..."
-"Tenho que te pedir desculpa por tudo o que te fiz passar. Fui burra, parva...Pensava que era o que precisava na altura, iludi-me, enganei-me e menti a mim mesma... Tive muito tempo para pensar, passei por muita coisa mas houve algo que sempre esteve aqui: tu. Nunca me saíste do pensamento. Quando te vi, não estava à espera e tremi toda. Como já disseste, merecemo-nos. Encontrámo-nos por acaso... Foi o Destino, como tu dizes. Enganei-me quando achava que não gostava de ti mas, é de ti que eu gosto e com quem quero ficar. Sei que te magoei, que te humilhei, espezinhei mas precisava de te dizer isto e de saber se vale ou não a pena..." - e ficas a olhar para mim de lágrimas nos olhos.
-"Do que tu te apercebeste agora, já eu sabia que ia acontecer. Já eu sabia desde que te vi pela primeira vez... Se vale a pena, ou seja, se gosto de ti? Incondicionalmente..."

Ficamos a olhar-nos... Não resisto e puxo-te para mim. E sabes-me igual. Sabes-me a diferença...















O telemóvel toca. "Porra acordei!"
Despertador marca 7:00h...

Mais um dia...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A grande distracção

"Quando nos apaixonamos, ou estamos prestes a apaixonar-nos, qualquer coisinha que a pessoa faz - se nos toca na mão ou diz que foi bom ver-nos, sem nós sabermos sequer se é verdade ou se quer dizer alguma coisa - ela levanta-nos a alma e põe-nos a cabeça a voar, tonta de tão feliz e feliz e de tão tonta.
E, logo no momento seguinte, larga-nos a mão, vira a cara e espezinha-nos o coração, matando a Vida e o Mundo, e o Mundo e a Vida que tinhamos imaginado para os dois.
Lembro-me, quando comecei a apaixonar-me por ela, da exaltação e do desespero que traziam essas importantíssimas banalidades. Lembro-me porque ainda agora as senti. Não faz sentido dizer que estou apaixonado por ela. Ainda estou a apaixonar-me, apesar de tudo.
Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas. Mas estar com ela é divertido. Não importa o que se está a fazer. O que importa é estar com ela.
O Amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o Amor.
Nunca podemos contar com ele, é por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos.
Porque é uma grande distracção vivermos assim. Com tanta sorte..."

Baseado in "Quando nos apaixonamos", Miguel Esteves Cardoso

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Actos de consciência

Hoje a minha consciência falou-me:

"Pega em toda a tua honra e orgulho completamente gastos. Todas as frustrações passadas. Os teus chamados "problemas". É melhor que te interrogues.
Andas como um exército de um homem só, a lutar com as sombras na tua cabeça. Sempre a viver o mesmo momento, sabendo que estarias melhor se conseguisses dizer o que tens para dizer.

Não tenhas medo de te deixar cair, não tenhas medo de cair. Mais vale saberes que no fim é melhor dizer muito do que não dizeres tudo o que precisas de dizer.

Mesmo que as mãos te tremam, e a tua fé esteja quebrada. Mesmo que os teus olhos estejam a fechar-se, fá-lo de coração aberto.

Diz-lhe o que precisas de dizer."

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

(Im)Perfeições

Não pretendo ser o arquétipo e estereótipo da perfeição. Não pretendo nunca errar e fazer as coisas sempre bem e pelo melhor.
Nunca apanhar escaldões, ficar doente, ou sempre que abrir a boca só me sair tiradas inteligentes e filosóficas.
Não quero dominar conversas de café ou ser constantemente o centro das atenções.

Pretendo e, gosto de errar. As vezes que forem precisas. Porque ao menos aprendo sempre algo novo. Se fosse perfeito não haveria nada que me surpreende-se ou fascina-se.
Os teus olhos iriam ser o mais vulgares, o teu sorriso não teria encanto e os teus beijos seriam iguais a mil outros.
Iria ser algo normal, não algo que me atinge e me faz levantar voo. Não iria andar com a a cabeça na lua e perdido entre as gostas da chuva.

E nem eu te quero perfeita. Não haveria nada para descobrir. Nada que eu pudesse fazer iria ser novidade. Não teria nada para ti, apenas um bolso vazio e uma mão aberta.
Apesar disto, há dias em que desejo que fosses perfeita no campo do amor, dos sentimentos. Para não cometeres erros parvos que te destroem.

Gosto de ser imperfeito. Ter os meus defeitos para que lidem com eles e gostem de mim pelos meus defeitos. Por gostar de alguém pelas qualidades e virtudes é do mais fácil que há.

E ser ou estar com alguém perfeito, não tem piada.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Histórias do Fantástico

"Não queiras o Principe Encantado, prefere o Lobo Mau: vê-te melhor, ouve-te melhor e come-te melhor"

Não concordo. A menos que sejas ninfomaníaca. Aí fica ao teu critério.

Preferes ser guardada por um bicho nojento, que cheira a podre e possivelmente deita fogo pela boca - não porque seja mágico ou fantástico- mas porque deve ter um hálito que benza-o deus? Ou morrer por trincaste a maçã errada? Adormeceres porque te picas numa simples agulha?
Ou ficares sem o que mais amas, só porque não acertas num nome que das vinte e três letras só tem uma vogal?

Cento e oitenta graus, muda a perspectiva.

Ou preferes ser salva a toda a hora, sem teres que pedir por socorro ou por ajuda? Ser acordada todas a manhãs por um simples beijo, ou que por ti trepem torres?
Preferes ter encanto só até à meia-noite, ou queres ter encanto pela manhã quando acordas?
Não teres medo do futuro, porque sabes que ele sempre vai lá estar para te segurar, salvar, ajudar e resgatar de todos os perigos. De saberes que só com um abraço ou com a simples presença dele, tudo vai ficar bem.

Pode não ter um cavalo branco, espada, capa e escudo. Mas vai lá estar sempre para ti. Debaixo de chuva durante horas à tua porta, só para te dar uma flor se for preciso.
Que nem dorme para secar as tuas lágrimas. Pode estar completamente esgotado e triste mas, vai tirar dez minutos para te ouvir falar do quão espectacular foi o teu dia.

E, mesmo assim, preferes o Lobo Mau?

Agora, Princesa, pensa...

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Lembras-te?

É indiscutível que tu e eu devemos ficar juntos. É inacreditável como eu dizia que não me ia apaixonar. O que precisas de saber, se não sabes como eu me sinto. Então deixa-me mostrar-te agora, que eu valho a pena. Se tudo a seu tempo - o tempo acaba por revelar.
Um, és um sonho que virou realidade. Dois, só quero estar contigo. Três, está à vista que para mim és a única. Quatro, repetir os passos um, dois e três. Cinco, fazer com que te apaixones por mim. E quando achar que o meu trabalho está feito; volto a recomeçar no um.

É incrível como as coisas se resolvem por si mesmas, uma vez que saibas o que é isto tudo. Não nos é possível estarmos separados. Não chegariamos muito longe. Porque sabes bem que me tens.
Chegaste e deste vida a este solitário, que jurou nunca mais se apaixonar.

Será que pensas alguma vez em mim? Choras até adormeceres? Todas as noites, enquanto estás acordada, chamas por mim? Nem acredito que estou a escrever isto. É estranho como ainda sinto os teus lábios.

Alguma vez perguntas por mim? Os teus amigos ainda te dizem o que fazer? Quando o telemóvel toca, esperas que seja eu que te esteja a ligar? Ainda sentes o mesmo, ou o tempo apagou a chama? Tenho saudades tuas... está tudo bem contigo?
Já é duro o suficiente ter de ver o tempo arrastar-se. Diz-me, qual é a parte boa de dizer adeus?
Sinto tanto a tua falta que nem sei o que dizer. Já devia ter ultrapassado, já devia ter aprendido mas não é o caso.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Cigarros, John Mayer e outras considerações...

Hoje, sento-me. Acendo um cigarro, tiro a guitarra do saco e afino-a.
Hoje sinto-me assim.
Hoje é assim...

"Não é um momentinho parvo. Não é a tempestade antes da calma. Este é o último suspiro deste amor que temos estado a construir. Não consigo abraçar-te como quero, para te sentir nos meus braços. Ninguém te vem salvar, tivemos demasiados "falsos alarmes".

Estamos a cair e tu também o vês. Estamos a cair.
Eu sempre fui aquilo com que sonhaste. Tu sempre foste aquilo que eu tentei desenhar. Como me acusas de não sentir nada, se sempre foste a única luz que eu vi.
Vou tirar partido de toda esta loucura. Tu vais er uma cabra, só porque podes: vais tentar atingir-me para me magoar, para eu me sentir sujo...só porque não compreendes que estamos a cair.

Vai chorar, porque é que não vais?
Não achas que já devíamos saber que isto ia acontecer? Não achas que já devíamos ter aprendido?"


"Mesmo quando te acabei de tirar da minha cabeça, a tua voz ecoa selvaticamente através da minha cama. Dizes que queres tentar outra vez, mas eu já tentei de tudo menos render-me.
Já comprei um bilhete num avião, mas quando aterrei tu foste-te embora outra vez. Amo-te mais do que as canções podem dizer. Mas não posso continuar a fugir do antigamente.
É das coisas mais estranhas, eu saber que já tinha visto a tua cara. Um sonho de uma noite, um amor de uma vida passada. Conheces-me?
Em tudo isto, pensei que senti uma escada, uma pena na minha mão e uma flor no teu cabelo.
Só um tolo te pode amar. É preciso um tolo para te amar. E eu sou um tolo, por ti.

Fiz isto a mim mesmo, acho. Vi-te, ali naquela confusão. É melhor gritar ao mundo, mas preciso de te confessar.
Não, não sou o mesmo. Conheces-te num momento interessante. E se o meu passado é algum sinal do teu futuro, é melhor avisar-te antes de te deixar entrar outra vez.
Agarra-te ao que encontrares, agarra-te ao que quer que seja que te ajude. Não confio em mim para te amar. Peço que consiga entrar de novo, mesmo que faça o caminho debaixo da chuva. Até ao local onde tudo começou, só para te conseguir querer mais uma vez."


"Nasci nos braços de amigos imaginários. Livre para vaguear, fiz uma casa de todos os sitios onde estive. Até que tu entraste a romper, como a coisa mais real de sempre. E eu a dar o meu melhor para perceber tudo o que o teu amor me podia trazer.
Metade do meu coração tem controlo sobre a situação. Metade do meu coração tira tempo. Metade do meu coração tem o pensamento certo de te poder dizer que não te posso amar mais.
Fizeram-me acreditar que não ia amar mais ninguém. Fiz um plano, mantive-me o homem que só se consegue amar a si mesmo. Cantava sozinho, até ao dia em que chegaste. E em que me mostraste um caminho melhor e tudo o que o meu amor podia trazer.
A tua fé é forte. Mas só me posso apaixonar por um certo tempo. Tempo para pensar e mais tarde, vais odiar que eu nunca te tenha dado mais que metade do meu coração.
Mas não consigo deixar de te amar.
Mesmo que seja só com metade do meu coração. E metade do meu coração tem uma boa imaginação. A outra metade tem-te a ti. E metade do meu coração tem a certeza de te poder dizer tudo o que não te posso eu dizer. 
Metade do meu coração é uma arma apontada a uma noiva com uma aliança de papel.
E metade do meu coração é parte de mim que nunca soube realmente amar nada.
Não consigo deixar de te amar. "

"Mas depois, sei que quando o céu fica escuro o suficiente e se conseguem ver as cores das luzes da cidade: um trilho de rubi, vermelho e branco diamante e tudo isto te atinge como um nascer do sol - tu vais e vens como mais ninguém consegue.
E, mais uma noite, vais por aí para te perder. Desde bebidas até música, é sempre pesado em tudo.
E vais e vens, como ninguém consegue. E eu deixo-te escapar por entre os meus dedos.

Ninguém sabe, até quando estás só até arderes por completo.
Não posso ser o teu anjo, não agora. Não tenho o direito de te prender. E é dificil ter uma posição e mantê-la, quando sei que te poderia levar aonde quisesses."

"Sou atingido,em cheio no peito só para não conseguir dormir de noite. A sonhar com maneiras de te fazer entender o que sinto.
Nuvens no ar, bombas a cair por todos os lados. Não é mais que guerra entre dois corações. Quando queres que comece, acredita ninguém ganha.
Se querias mais amor, porque é que não disseste?
Agora, até dizes o nome dele, espetas a faca e torces mais uma vez. Olha para a minha cara enquanto eu finjo que não sinto nada.
Se querias mais amor, porque é que não disseste nada? Bastava dizeres.
Porque é que achaste que a única maneira de veres como me sentia, era elevares-me tão alto só para teres noção de que altura eu caia?
Nem sabes o quanto te amo se me deixasses mostrar-te, mas também não consigo partir tudo e todos.
Nem me interessa que nós os dois, esta noite, a passemos em branco. Vamos é resolver as coisas de uma vez. Vinho tinto e um certo ambiente... Não dizes nada de jeito, outra vez!
Ainda bem que, para ti, é tudo um jogo. O desapontamento tem um nome."

"Apesar de tudo, não estou sozinho (quem me dera que estivesse). Porque sei, sei que estou em baixo porque não consigo encontrar alguém que me ame, como os meus amigos me amam. Alguém que me queira como os meus amigos me querem.
Estou zonzo das minhas voltas pelas ruas, sem sentido. Procurei por felicidade mas, comprei-a toda. Nem ajuda esta dor que sinto. E esta sede, nunca a vou matar.
Falta-me alguma coisa, e não sei como me preencher. Falta-me alguma coisa e não sei o que é.
Quando o Outono chega, ele não pede autorização. Apenas entra, onde te deixei. Nem tu sabes quando começa, até sentires esse nevoeiro dentro do vidro, no teu coração que cheira a Verão.
Não sei bem, que pensamento é este. Não fui eu que o projectei."

Porque é que me queres partir o coração outra vez? Porque é que te vou deixar tentar?
Se tudo o que fazemos é dizer adeus?

E hoje, hoje foi assim...

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Listagem


1. Trabalhar dá trabalho. Estudar dá trabalho. Fazer uma coisa bem feita dá trabalho.

2. É estúpido tentar agradar a toda a gente. É impossível forçar alguém a gostar de nós, muito menos com frases feitas e poses estudadas.

3. É impossível não errar. Sempre que fazemos uma coisa nova, vamos começar por fazê-la mal.

4. Pôr dentes debaixo da almofada não dá dinheiro. O dinheiro custa a ganhar – ainda mais do que perder dentes – mas desaparece num instante.

5. Ter medo é normal. Não há problema em sentir medo, desde que façamos o que temos a fazer, apesar do medo.

6. Não há famílias perfeitas. Cada família é funcional e disfuncional de uma forma única.

7. Não há pessoas perfeitas. Se alguém que admirávamos nos desilude, é porque estávamos iludidos.

8. Somos mais do que as coisas que fazemos. É possível ter feito asneirada e continuar a ser boa gente.

9. Vamos sofrer. O mundo não é côr-de-rosa, e há coisas que nos vão magoar. Mas não adianta nada preocuparmo-nos com isso.

10. Há coisas contagiosas. Como o bocejo, o riso ou o herpes labial.

11. As relações não são como nos filmes. Estar casado não é um mar de rosas e ninguém está sempre apaixonado.

12. Amar uma pessoa a sério dá muito trabalho. Mas vale a pena.

13. O barulho do mar não fica armazenado dentro dos búzios. Nem a água das piscinas é azul.

14. Há coisas que não mudam. Há situações e pessoas que não vão mudar, mas a nossa forma de lidar com isso pode sempre mudar.

15. Apanhar um escaldão não é sexy. Nem apanhar uma bebedeira. Nem dizer palavrões.

16. O mundo real é melhor que o virtual. A internet é simpática mas uma conversa ao vivo é melhor.

17. O papel higiénico acaba-se. Tal como todas as coisas que se compram. Só não se acaba o que não tem preço.

18. Não se pode acreditar em tudo o que nos dizem. Há quem não faça o que diz, e há quem não diga o que faz.

19. Querer estar em todo o lado ao mesmo tempo não é possível. Nem é o que nos faz mais felizes.

20. Há listas de bons conselhos que não servem de nada, porque há coisas que só se aprendem se forem vividas.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Resgate Aéreo

Acusaram-te ontem de nada saberes sobre o Amor ou a Amizade.

Tristemente acabei por concordar
Não sabes nada de nada sobre a Amizade.
Amizade é outra forma de Amor. É uma forma de respeito, de união, de apoio mútuo. Não se passa por cima dos amigos. Eles são o que de melhor vais ter na vida. Já to tinha dito: que qualquer amigo é mais valioso que qualquer namorado, curte ou flirt. Que os amigos, quando há dúvidas, têm e devem ser sempre a prioridade a ser defendida. Se eu sabia, quanto mais tu. Se eu com uma frase naquela noite no meu carro, enquanto me fingia de despercebido, entendi tudo tu não tens desculpa. Devias ter-te afastado, ter rejeitado essa ilusão em que vives. Tens de rebentar a bolha e evitar mais chapadas de luva branca - ainda por cima públicas. Estás sozinha. Pensas que não, mas estás. Isso que tens é efémero, é mais que passageiro. Chamo-lhe uma aventura, um devaneio, uma ilusão porque não vai passar disso quando tiveres que pagar a conta. Ainda agora começou e já se levantam vozes de revolta. Não é de todo um bom prenúncio. Podes, publicamente, tentar disfarçar mas a consciência pesa. E à noite, antes de dormires, não é ele, nem ninguém que dorme com a tua consciência. És tu. Com a consciência dos teus actos e das tuas palavras.
Vais ter de correr atrás, para tentar emendar os teus erros. E, como eu sei que os cometeste. E continuas a cometer. E por continuares a cometer é que afirmo que estavas melhor comigo. Estavas a evoluir, estavas a crescer. Agora, como um cancro, houve um retrocesso. Houve mais um golpe de azar. 
Se continuas assim, daqui a uns anos vais olhar para trás e vai-te doer. Vai-te dar vontade de voltar atrás e tentar recompor as coisas. E não vais conseguir.
Quiseste ter o teu grito de revolta- Não contaste com o eco.

E sobre o Amor? Sobre o amor sabes ainda menos que nada.
O Amor não é um novelo de lã com que tu brincas como se fosses um gato. Não empurras o novelo pela casa durante uns tempos e, quando vês uma luz a dançar na parede, dás uma patada no novelo, esqueces e persegues essa luz que nunca vais conseguir sentir, agarrar, tocar e cheirar.
E o novelo fica ali esquecido, debaixo do sofá, a ganhar pó. E passa tanto tempo que esse novelo nem para fazer um cachecol serve.
Eu, que já passei por quase tudo no que diz respeito ao Amor, nada sei sobre ele. Ninguém sabe. Há múltiplas definições, cada um com a sua.
Amor para mim é incondicional. É a sério, e não um passatempo. O Amor não são umas quecas suadas em cima duma cama. Não são palavras. São actos. É demonstrares todos os dias que o mereces. É lutares por ele todos os dias, mesmo que esteja tudo bem. É dares razões para que fiquem contigo, não porque têm medo de te perder mas sim porque tu mereces.
É dares a mão e enfrentares os problemas quando estes existem. Não é fugir quando a primeira bomba rebenta. É seres escudo e espada. É seres cobertura quando chove e sorriso quando faz sol. É seres tudo e seres nada. É conseguires ter a responsabilidade e a noção que és tudo para alguém e que alguém é o teu tudo. E o teu todo.

Não sei o que me magoa mais. Se é a tua ausência ou, se é ver-te errar dia a após dia após dia... E cada vez erras mais e segues por um caminho pelo qual eu não te vou poder seguir. 
Porque não faz parte de mim.
Quando precisares, talvez alugue um helicóptero para te ir salvar. Talvez. Depende do preço do aluguer. Mas, que não vou pôr um pé nesse caminho isso te garanto que não vou.

Se calhar, é melhor ir começando a pensar em tirar a licença de piloto.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Um milhão de cicatrizes

Hoje volto a encontrar o meu coração que estava escondido dentro de uma caixa, perto do afecto e do manual de como me hei-de fazer um Homem.
E passei, a olhar à minha volta, e estou tão perdido com a falta de ilusão. Perto do perigo, sem equilibrio e sem norte.
E hoje pergunto-me porquê. Quis tão pouco e fechei-me. A dar voltas e voltas com algo que eu criei.
E por pensar tenho um milhão de cicatrizes, sou um escudo, sou hiper-sensivel. Uma barreira para o coração.
Não gosto de estar assim triste, por paranoias acabei por fazer feridas no meu interior.

Que grande libertação sinto hoje, ao recorrer tão pouco ao coração. Que está mais forte e não se quer esconder.
Que bom é ver-me hoje sem o anterior, sentir-me tranquilo sendo o que sou: inofensivo, sereno, amável e carinhoso.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

(In)Completamente

Já alguma vez sentiste que tens um buraco dentro de ti?
Não finjas que estás arrependida, sei que não estás. Tens o poder de me fazer tremer os joelhos. Desde que te vi que é assim. Mesmo quando estava contigo. Sempre que te via, sempre me tremiam os joelhos e o meu estômago dava um nó.

No fundo, recuso-me a aceitar esta situação. Só me resta esperar que a vida faça o resto. "Não posso obrigar ninguém a gostar de mim. Só posso dar boas razões para que tal aconteça e, esperar que a vida faça o resto".

Sou um sonhador. E os sonhadores e os tolos têm uma coisa em comum: só se têm a si mesmos.
Mesmo que mais ninguém acredite, eu acredito. Porque no fundo eu é que sei o que sinto. É como se em mim tivesse um exército, a perfilar-se para uma batalha iminente que se arrasta em chegar. Mas sei que ela vai chegar e, quero estar preparado.

Quero estar resolvido comigo mesmo, de cabeça (e coração) esclarecidos. Já nem te peço o respeito, só peço a tua atenção durante os cinco, dez minutos que durar essa batalha. Mais uma que travo, uma de muitas. E não é por isso que não fico nervoso ou que a vou lutar melhor.
Descansa, não te quero convencer de nada. O que está feito, feito está. E o que está definido, isso não vai mudar: não são uns minutos que vão re-definir estas semanas.

Acabei por me perder, naquele limbo inicial. O bom de já ter passado por esta situação múltiplas vezes é que cada vez que me levanto, levanto-me mais forte e mais consciente.

Eu tentei continuar, fingir que nem te conheço. Estou acordado, mas metade do meu mundo ainda dorme.
E quando quero recuperar, levantar-me, vejo-te e começa tudo de novo.

Já to disse, e repito. Para ti uma expressão e uma frase: Incondicionalmente. Não és parte do meu mundo, és o meu Mundo à parte.

E azar se o mundo não nos acompanha. Ele há-de lá chegar.

Estivemos, uma vez apaixonados. Acidentalmente apaixonados...

Infelizmente, é assim mesmo.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Auto de Fé

Confesso, que apesar de tudo o que escrevo, tenho saudades tuas.

Do teu cheiro. Do teu cabelo, em que me afundava quando nos abraçávamos. Daquele sorriso enorme que tinhas quando caminhavas na minha direcção. O mundo parava mesmo à tua volta.

De quando saías do banho, enrolada na toalha, e me perguntavas porque é que estava a olhar assim para ti.
A forma como punhas a mão na minha cara quando me beijavas.

De como quando dançávamos a nossa música. Só porque sim, porque fazia sentido sem nos importarmos se estava alguém à nossa volta. 

Como confiavas em mim para me contares tudo e mais alguma coisa. Como contavas comigo para te aconselhar e para te ouvir. Sabias que não te julgava e, por isso, confiavas em mim cegamente.

Tenho saudades do orgulho imenso que tinha de ti, da tua força, da tua personalidade. Da tua construção de independência. Da tua luta constante para alcançares o que querias.

Dos planos que fizemos, de viagens, saídas, passeios, jantares.

Da tua crítica, que no fundo era uma brincadeira, porque adoravas tudo o que fazia; fosse um jantar que não estava grande coisa, ou uma tentativa atabalhoada de ser romântico ou de te surpreender.

De como adorava andar de mão dada contigo, de me abraçar a ti. Nunca me negaste nada. E dei-te tudo de mim.

As birras que fazias quando me pedias massagens. Quando punhas aquela capa de menina-mulher para me dares cabo do juízo.

Acho que nunca te vi triste comigo. Lembro-me de tudo, e só me lembro de sorrisos. E da forma como os teus olhos brilhavam quando olhavas para mim.

Tu, comigo, não andavas. Davas pulos.

Contagiavas tudo e todos à tua volta. Vi-te, no outro dia, e já não brilhas. E é triste.

Como não precisavas de certas coisas para te afirmares, antigamente a tua presença bastava para fazer virar cabeças.

Tenho saudades do som do teu riso.

De me apaixonar por ti cada vez mais, a cada momento que passava. 

Decidiste apagar-me tão rapidamente - da mesma maneira como entrámos na vida um do outro.

E hoje estou assim...As saudades vêm rápido...E tu? Tu nunca chegas...

Confiavas em mim. Tenho saudades de poder confiar em ti.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Um quarto para as duas

Estou sempre em dois mundos todas as noites. Fecho o meu tempo num único ponto à procura de sinais. Os meus sentidos mergulham em sons silenciosos da memória.
Só para conseguir atravessar os meus pensamentos e esperar que não adormeça.
Danço descalço a tua dança.
Costumavas ter nos teus olhos chamas. Mostraste-me espíritos que nunca nasceram e, anjos com que nunca tinha sonhado.
Mas numa noite, quebraste com os teus medos e libertaste-te do teu próprio brilho.
Paraste a tua vida para encontrares a tua luz.
Uma vez disseste-me " Pensamentos são reais, mais do que as palavras, podes criar na tua mente todo um mundo novo". Apesar do teu sussurro me parecer a voz dos anjos, continuo à procura de ilusões nas tuas palavras. Implorei-te que voltasses atrás, e encontrei um sorriso na tua cara.
Mudaste-me e nem sabes o quanto.
Compreendi que construíste esse teu mundo que agora tens. Nunca diria uma palavra, nem daria sequer um sinal porque pensava que não querias ouvir. Agora que tudo está gasto, vais-me odiar..até tenho medo que tudo mude.
Em todo o lado vejo o teu sorriso. Diz-me que vieste para ficar.
Deixa para trás as regras que ditaste e pelas quais jogaste. Faz a tua viagem pelas estrelas, porque eu não consigo viver sem esse fogo nos teus olhos.
Vi-te a olhar para mim, com lágrimas nos olhos: "Perdoa-me". Não sei porquê, nem sei o que te dizer.
Espero que me cure desta doença que é sonhar.
Porque é que a tua luz é tão fria?


sábado, 1 de fevereiro de 2014

"Promessas"

Não me volto a apaixonar tão cedo e tão repentinamente.
Para quê? Se mais tarde ou mais cedo, acaba tudo da mesma maneira?
Toda a gente quer romances do género Nicholas Sparks e aqueles filmes ingleses que dão pela altura do Natal com imensa neve, tudo vermelho, mega romântico... O romantismo acabou. Agora, namora-se à velocidade de uma mensagem, de um gosto no Facebook, de mais um copo na noite. Namora-se porque há o swag (tradução, para mim, literal de: "secretely we are gay"), há a roupa da moda, há o podre de bom/boa, há a pinta (e os "pintas"), há o imensamente giro (aqui abro parêntesis não para a critica, mas para ficar registado que também é importante mas, não é nem deve ser tudo) É mais importante a frase " Numa relação com (inserir nome)" do que mostrar a quem de direito o que sentimos. Vejo muito copo cheio e muita cabeça vazia.

E eu não estou para isso.

Querem-me? Venham buscar, lutem por isso e façam-me acreditar. Quero ser descoberto e não descobrir alguém. Quero ser encontrado. Estar do outro lado, já que não estou à demasiado tempo.
Que me conquistem, não ser eu a conquistar. Que me surpreendam e não ter que ser eu a ter que estar sempre a pensar em algo original. Algo original já eu sou, para quê estar com invenções? Querem algo original, têm-me a mim...Se querem, lutem!
Esgotei a paciência. Conquistem-me, mostrem-me que valem a pena. Mas que valem a pena a sério, não é só durante uns meses. Mostrem-me que têm algo mais e aí terão a minha atenção.
Farto de clichés, frases feitas e coisas banais. Abanem-me o mundo! Mostrem-me coisas novas. Para coisas básicas vou ali sair à noite e está feito. Para fotocópias, basta sair de casa carregar no botão da máquina de fotocópias da papelaria e sai tudo igual. E muitas das vezes nem preciso de pôr moeda na máquina.
Quero um documento original, certificado, com marca de água, carimbado e assinado. Daqueles que se te atreveres a fotocopiar incorres num crime de falsificação de documentos.
Quero é disso. Acho que já tenho direito à minha "birrinha". São 25 anos sem fazer uma birra por isto. Mereço.

Mas também sei, que este Monstro dentro de mim não adormece portanto, se calhar, deixo-me de merdas (porque é mesmo assim).

E eu, eu não estou para isto.