terça-feira, 11 de março de 2014

Metáforas

Ainda que tu não o saibas, inventei o teu nome. Droguei-me com promessas, dormi nos carros. Ainda que tu não entendas, nunca escrevo nas cartas o meu endereço para que não sigas as minhas pegadas.
Ainda que tu não o saibas, encostei-me nas tuas costas. E a minha cama queixa-se, fria, quando te vais embora. Blindei a minha porta, e quando chega a manhã, percebo que nunca estiveste aqui.
Ainda que tu não o saibas, tinhamos tanto. Com as mãos tão cheias, cada dia mais magras. Inventávamos marés, tripulávamos barcos e eu incendiava com beijos o mar dos teus lábios.

Esta semana pensei em raptar-te em minha casa. E assim via as tuas fotos quando fosse dormir. Quero saber como és, como estás e que por fim me conheças e te apaixones por mim.
Todas as noites me deito e procuro-te na minha cama. E tu nunca estás. Mas sei que de manhã, não te vais poder esquecer de mim. Vou ser o teu pesadelo de noite e de dia. Não digas que não, se ainda não estiveste aqui.
Nunca pensaste que te fosse trancar na minha casa. Nunca pensei que te pudesse fazer isto, a ti.
Compreende que esta é a única maneira de me quereres sem termos de repetir tudo.

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