sexta-feira, 7 de março de 2014

Fumo

É pena quase não poder ficar, és quente quando a luz te traz. Quase te vi amor, quase nasci sem ti, quase morri dentro de mim. Ficas dentro de mim,  Por dentro de mim, estás dentro de mim.
Silêncio. Lua. Casa. Chão. És sitio onde as mãos se dão. Quase larguei a dor. Quase perdi, quase morri dentro de mim, Ficas dentro de mim.
Sempre só mais um homem, mais humano, mais um fraco... Sempre... Só mais um braço, mais um corpo, mais um grito, sempre...
Dança em mim. Mundo, vida e fim. Dorme aqui, dentro de mim.
É pena quase não poder ficar, no sitio onde as mãos se dão.
Quase fugi amor, quase não vi.
Vamos embora daqui, para dentro de mim.
Queres lutar contra quem? Para doer onde, para ser o quê? Achas que ninguém vê? E para quê fingir, porqueê mentir e remar na dor? Também eu queria parar, chorar, cair para te levantar, para te puxar! Para te fazer sorrir e não voltar a cair. Não me olhes assim, continuo a ser quem fui. Cada vez mais aqui... Quando entrares, não dances tão longe que eu já te vi.
Ainda me alteras os passos se te vejo passar, no momento em que somos só os dois no meio da multidão.
Ainda me alteras a fala se te vejo parada, nesse fumo sensual, nessa cinza esquecida de quem não se interessa.
Ainda me fazes pensar, quase achar, que te amo. Quase acahar que o destino se enganou no caminho. E esperar que me toques é um vicio que adoro.
Foi mais um sol que nasceu. Mais uma vez igual. Mais uma vez contigo,para esquecermos o mal que fizemos aos dois por deixarmos tudo para depois.
E mais uma vez aquele abraço, que sente o que para sempre é segredo e é suave presença perdida em nós.
Só não te quero ver chorar por ti. O teu mundo é como eu, e só eu sei olhar esse fumo que é só teu.

E quando achar que "Solteiro" volta a ser a música que me define, é porque nos perdemos definitivamente.

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