Se achas que vais conseguir atravessar sem um único arranhão... Se achas que o último a ficar de pé, não vai estar sujo de terra... Nunca estiveste numa guerra.
E foi assim que perdi tudo.
Trabalho pela calada da noite, quando esta está mais escura. Quando as estradas estão calmas, e não há ninguém que me veja.
Numa corrida contra os semáforos, para descobrir que o portão está aberto. Ela está à espera no quarto e eu entro.
Entras, fazes o teu trabalho e vais-te embora. Não deixas pistas, nem mostras a tua cara.
Devia ter dado meia volta e ido embora antes de o sol nascer outra vez. Mas o sol nasceu outra vez.
Através da luz do sol, apercebo-me que o dia está a queimar as cortinas e o vinho no pequeno quarto branco.
E nunca estou sozinho, ela está sempre na minha cabeça. Ela dorme com a cabeça no meu peito, como uma criança. O que é que eu posso fazer?
Eu era um assassino, o melhor que já viram. Roubava-te o coração muito antes de me ouvires entrar. Eu era um assassino e tinha um trabalho a fazer.
Nem sabia que ela também era uma assassina.
De repente, saio de mim e mal consigo respirar. De repente flutuo sobre a cama dela e consigo sentir tudo.
E de repente sei o que fiz mas, nem me consigo mexer. E o que vai significar para mim.
Ela é uma assassina e, tinha um trabalho a fazer.
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