terça-feira, 8 de abril de 2014

Só a fingir que sim


Estava tudo bem. Até, alguém estúpido, que não é diferente de qualquer outra pessoa estúpida, entrar de rompante na tua vida... E dás-lhe um pedaço de ti. E, o mais giro, é que ninguém te pediu nada. Há um dia em que fazem algo de parvo como beijar-te ou sorrir para ti e aí, a tua vida já não é mais tua.
E tu tens um bom coração. Às vezes é o suficiente para estares seguro de ti aonde quer que vás. Mas, na maior parte das vezes, não é. Eu gosto das estrelas. Acho que é a ilusão da permanência. Elas estão sempre a brilhar, a ir e a vir. Mas de onde... e aí posso fingir, imaginar que as coisas duram. Posso fingir que a vida dura mais que uns momentos. Nós mortais, acendemo-nos, ardemos e acabamos. Os mundos não duram; e as estrelas, e as galáxias são transitórias, coisas que flutuam e brilham como pequenos pirilampos até que desaparecem em pó, no frio. Mas posso fingir...
Até o nada pode durar para sempre. Mas tens de acreditar, senão nunca vai acontecer.
E as pessoas querem esquecer o impossível. Isso faz com que o mundo seja mais seguro.

Mas como podes fugir de algo e voltar sempre ao mesmo?

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