quarta-feira, 9 de abril de 2014

Medo do escuro

Às vezes acordamos. Às vezes a queda mata-nos. E, às vezes, ao cairmos - voamos.


Toda a gente tem um mundo secreto por dentro. E digo toda a gente. Todas as pessoas espalhadas neste mundo, digo mesmo toda a gente - não interessa quanto desinteressante e chatos sejam por fora. Por dentro, todos têm um inimaginável, magnífico, espectacular, estúpido, incrível mundo... E não um só. Centenas deles. Milhares, talvez.

As pessoas acham que os sonhos não são reais só porque não são feitos de matéria, de partículas. Mas são feitos de pontos de vista, de imagens, de memórias e esperanças perdidas.
Por isso é que, quando nos abraçamos no escuro, isso não faz com que o escuro desapareça. As coisas más ainda lá estão. Os pesadelos ainda caminham. Quando nos abraçamos não nos sentimos seguros, mas melhor. "Está tudo bem" - sussurramos - "Estou aqui, amo-te". E mentimos: "Nunca te vou deixar". E por um momento ou dois, o escuro não parece tão mau.

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