quarta-feira, 30 de abril de 2014

Acredito

Eu acredito que há coisas que são verdade e há coisas que são falsas. E consigo acreditar em coisas, que ninguém sabe se são verdade ou não.

Posso acreditar no Pai Natal ou no Coelho da Páscoa e nos Beatles, na Marylin Monroe e no Elvis. Acredito que as pessoas são aperfeiçoáveis, que o conhecimento é infinito, e que o mundo é dirigido por carteis secretos e que é visitado por aliens muitas vezes - pelos bonzinhos que nos veêm de longe e, pelos maus que nos matam o gado e querem a nossa água e as nossas mulheres.

Acredito que o futuro é uma porcaria e acredito que o futuro seja algo apetecível. E acredito que o Dom Sebastião ainda vai aparecer numa manhã de nevoeiro. Acredito que, nós os homens somos rapazes em ponto grande com graves problemas de comunicação e, que o declinío do chamado "sexo e do bom" é por não termos cinemas drive-in ao ar livre.

Acredito que todos os políticos não monstros sem princípios e ainda acredito que sejam melhor que as alternativas. Acredito que a California se vai afundar no mar, quando houver um terramoto dos grandes. E que a Atlântida ainda vai aparecer debaixo das ondas.

Acredito que o sabão antibacteriano nos está a destruir a resistências à sujidade e que um dia vamos ser exterminados pelos marcianos como na Guerra dos Mundos.

Acredito que o destino da humanidade esteja nas estrelas. Acredito que os doces sabiam melhor quando eu era criança, que é aerodinamicamente impossível para um escaravelho voar, que a luz é uma onda e que há um gato numa caixa que está morto e vivo ao mesmo tempo (apesar de, se não abrirem a caixa para alimentarem o bicho vamos ter duas causas de morte), e que há estrelas no universo biliões de anos mais velhas que o universo em si.

Acredito que qualquer pessoa que diga que o sexo é demasiado valorizado, nunca o tenha feito como deve de ser. Acredito que qualquer pessoa que afirme que sabe o que se está a passar, minta acerca de pequenas coisas.

Acredito na honestidade absoluta e nas mentiras sociais.

Acredito que a vida é um jogo, é uma piada cruel, e que a vida é o que acontece quando estás vivo e que, já agora, nos podemos encostar e disfrutar dela.

sábado, 26 de abril de 2014

Vida

À medida que crescemos, aprendemos que mesmo aquela pessoa que não nos devia desiludir vai fazê-lo.
Vais andar de coração partido mas, vais partir corações. Vais discutir com os teus melhores amigos e, provavelmente, até te apaixonas por uma ou outra. E vais chorar porque o tempo vai passar. 
Então, tira fotografias, ri-te demasiado e ama como se nunca te tivessem magoado.
A vida chega sem garantias, sem paragens e sem segundas opurtunidades.
Apenas tens que viver a vida ao máximo, dizer às pessoas o que elas significam para ti, deixares certas pessoas irem de vez, dizer tudo o que tens para dizer, dançar à chuva, andar de mão dada, confortar um amigo, adormecer enquanto vês o nascer do sol, ficar acordado até tarde, seres motivo de flirt, e sorrir até que te doa a cara.
Não tenhas medo de arriscar e de te apaixonares mas, sobretudo viver: porque cada segundo que passas zangado ou preocupado é menos um segundo de felicidade que nunca vais recuperar...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Desfado


"Quer o destino que eu não creia no destino, e o meu fado é nem ter fado nenhum.
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido - senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum.

Ai que tristeza, esta minha alegria! Ai que alegria, esta tão grande tristeza...
Esperar que um dia eu não espere mais um dia... por aquela que nunca vem e que aqui esteve presente.

Ai que saudade... Que eu tenho de ter saudade! Saudades de ter alguém, que aqui está e não existe.
Sentir-me triste só por me sentir tão bem e, alegre sentir-me bem só por eu andar tão triste.

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse". E lamentasse não ter mais nenhum lamento.
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro.

Ai que desgraça esta sorte que me assiste! Ai mas que sorte eu viver tão desgraçado... Na incerteza que nada mais certo existe, além da grande certeza de não estar certo de nada..."

Ana Moura - Desfado

terça-feira, 22 de abril de 2014

E tu? Coras?

É engraçado, quando as pessoas te chamam "envergonhado", normalmente sorriem. Como se fosse fofinho, um hábito engraçado do qual te vais ter que livrar quando cresceres. Se soubessem como me sinto - ser realmente envergonhado, não apenas inseguro - não sorririam. Não, se soubessem como isto é como um pontapé no estômago, como as palmas das mãos suam ou como isto te rouba a habilidade de dizer algo que faça sentido. Não é mesmo nada fofinho.

E o silêncio entre nós cresce, mas não é estranho. Às vezes há pessoas com quem podes ser e estar calmo e, nunca tens necessidade de preencher aquele espaço entre conversas sem sentido. 

Começo a ter a certeza que o facto de amarmos alguém, requer um salto de fé e que uma aterragem suave nunca, nunca está garantida.
Nenhuma relação é perfeita. Nunca. Temos sempre de nos dobrar, de nos comprometer, de dar algo de modo a ganhar algo maior. O amor que temos um pelo outro é maior que estas pequenas diferenças. E aí é que está a chave.
O amor compensa por muito.

Nunca há tempo e espaço certo para o amor. Acontece acidentalmente, num batimento cardíaco, num flash, num momento.
E há um momento em que o mundo fica sossegado e a única coisa que resta é o teu coração. Então, é melhor aprenderes o som do teu coração. De outro modo nunca vais perceber o que ele te quer dizer

E sei que significou algo para ti. Os nossos olhos cruzaram-se só por um instante. Também significou algo para mim. 
E eu que pensava que tinha só sido eu.



domingo, 20 de abril de 2014

Má coisa

Disse que tudo o que queria de ti era, ver o teu amanhã. E todos os amanhãs daí para a frente. Talvez me emprestes o teu coração.
É muito pedir-te todos os Domingos e, já agora que estamos nisto dá-me também outro dia qualquer.

Sei que as pessoas fazem sempre promessas mas, vão-se embora e quebram-nas.
Quando alguém corta o teu coração com uma faca quando ainda está a bater, eu posso ser aquele que o vai conseguir curar. E não vou parar até acreditares, porque tu mereces isso.
Então não ajas como se fosse uma coisa má deixares-te apaixonar por mim.
Porque podes fazer porcaria e, descobrir que os sonhos podem ser reais comigo. Podes gastar todo o teu tempo e dinheiro só para perceberes que o que te dou é grátis.

E que tal eu ser a última voz que ouves à noite? E em todas as outras noites e, nas noites que restam.
E todas as manhãs te quero ver a olhar para mim, porque isso é um bom começo.

Não te vou encher a cabeça nem quebrar promessas, nem desperdiçar o teu tempo. E se caíres, cais-me sempre nos braços.

E talvez descubras que não é uma má coisa, voltares a apaixonar-te por mim.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Em reparações

Demasiadas sombras no meu quarto. Demasiadas horas nesta meia-noite. Demasiadas esquinas na minha mente. Tanto para fazer, para pôr o meu coração direito.
Está a levar tanto tempo que posso estar errado, que posso estar preparado - mas se seguir o conselho que ele me dá tenho de admitir que ainda está instável.

Parei numa esquina por um bocado, só à espera que o vento passasse por mim. Na esperança que levasse tudo aquilo que eu era, e me traga um pouco mais de sorte.
E enquanto passo no parque penso que, talvez, as coisas fiquem verdes outra vez.
Era bom ouvir-te dizer que me conheces.
Estou em reparações, mas estou a chegar lá.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um dia qualquer

Num dia qualquer, tudo vai fazer sentido mas, por agora, ri-te da confusão e sorri através das lágrimas.
Sê forte e, lembra-te sempre que tudo acontece por uma razão.
E às vezes dizes a alguém para nunca mais te falar, para nunca mais te ligar. Mas, quando o telefone toca espera que seja esse alguém. É a lógica mais torcida de sempre. 

Acabo por ser um arquitecto de dias que ainda não aconteceram.
E todas as noites vejo o estado do tempo para onde tu estás.  Só para saber se consegues ver as estrelas. É, talvez, o meu único direito.
Quanto mais escondes o que sentes por alguém, mais te apaixonas.

E eu ainda não sei se me apaixonei por ti, se pelo sonho que fiz de ti.